Vendedores e outros tais

É verdade meus caros leitores, depois desta minha ausência de practicamente uma semana, lembrei-me que afinal ainda tenho vida, e que isto não é só estudo e jogatana. Sim, porque jogatana é deveras muito importante. Estudo também, mas jogatana é quase uma religião, todos os domingos lá estamos nós batidos. Mas não é sobre jogatana de que vos venho falar hoje. Como devem ter reparado, parece que estamos quase no Natal, se não repararam, deviam andar mais atentos, e como tal, neste último fim-de-semana, fui fazer umas compritas. Numa dessas compritas entrámos numa loja de meias ( já agora fica a sugestão, se não tiverem nada para dar a alguém no Natal, dêem meias, ficam sempre agradecidas, as pessoas claro) e a minha querida mãe pede meias até aos joelhos, ao que a senhora responde: "Quer portanto meiinhas até ao joelhinho não é?". Ora, vamos lá a ver, tirando colants, as meias até aos joelhos são o maior tipo de meias que conheço, até porque sou um leigo na matéria. Como é que o raio da mulher me diz "meiinhas". Mas se repararem todos os vendedores têm esta espécie de dialecto próprio. Se forem a uma loja de roupa e pedirem umas calças o vendedor vem logo e diz "Quer uma calcinha? E é para que tamanhinho? O 62? Muito bem. Está já a sair uma calcinha 62." E mesmo que não tivessem o modelo que nós pedimos, nem nunca o tivessem tido na vida naquela loja, mesmo que nem sequer conhececem o raio do modelo, dizem sempre "Ah, pois. Está com azar sabe? Tivemos esse modelo até ontem à noite mas vendêmo-lo a uma senhora. Mas se quiser podemos encomendar. Mas de certeza que para a semana já temos, não se preocupe." E de todas as vezes que vamos a uma loja levamos sempre com a mesma lengalenga e o mais engraçado é não nos cansamos porque voltamos a fazer tudo de novo, vezes e vezes sem conta.
Agora que já desabafei, já me sinto melhor, vou continuar com o estudo e entretanto, com um bocadinho de sorte, ainda sou capaz de vir aqui ao estaminé nos próximos dias. Adeusinho, um bem haja, cuidado com o sumo das laranjas nos olhos e feliz dia do limão.

P.S.: Mais um momento histórico neste grandioso blog. Não só usei a palavra estaminé, como também o termo lengalenga. Prestígio meus senhores, prestígio . . .